quinta-feira, 29 de novembro de 2012

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Sódio

Se na cama de alguém deixares o teu sódio, ninguém te deixará pelo teu ódio.


Epifânio

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Escatologicamente

E como diria o outro, escatologicamente:

"Mais um dia anal
 Num país anal"

Sendo poeta sem saber, sem o ser.


Epifânio

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Morrer é

Morrer é deitar-se, ninguém morre de pé.


Epifânio

Crónicólica


Crónica de uma cólica;

Crónica de uma cólica já anunciada, cólica daqui, cólica dali, cólica ali, cólica aqui, cólica na televisão, cólica no jornal, cólica na rádio, cólica no governo, cólica na boca do grevista que esbraceja indignado, crónica da Cólica Monumental, da Mãe de todas as cólicas, A Cólica, a Cólica Mór, tudo uma grande cólica, uma substância excrementícia, para não dizer merda, sim tudo é uma grande substância excrementícia, uma grande merda, isto não é nada, é uma merda. Há por aí muito indivíduo amante de coprofagia.


Epifânio

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Turista

Turista, de Chernobyl não tragas souvenirs;

...autênticas Caixas de Pandora.


Epifânio

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Opera di Limano

Ópera, muito berra esta gente;

…pois podem berrar o que quiserem! Mas não tocarão, no meu Fizz Limão.


Epifânio

domingo, 10 de junho de 2012

Carências Afectivas

Há dias estava em casa, sentia-me carente de afectos um sentimento que em mim me enfraquece os braços, e me faz tremelicar um pouco, e sinto como que pequenas picadas no coração, a primeira vez que tal senti pensei que fosse algum problema cardíaco, mas felizmente percebi que não, não era a minha saúde física que me falhava, era sim a saúde sentimental, snif... Desde então cada vez que esse sentimento me assola saio á rua, e chamo pai ou mãe a pessoas que me pareçam afectivas e capazes de me dar algum carinho...

Nesse dia estava inclinado a chamar pai, foi na paidaria... desculpem padaria, entrei e todos me olharam (pelos vistos a minha carência sentimental transparecia a esse ponto). Ali, olhei-o durante o tempo que estive na fila, ele olhou-me algumas vezes e semicerrava os olhos, fazendo movimentos com o bigode farfalhudo, polvilhado de farinha, cheguei ao balcão e antes mesmo de ele abrir a boca para expelir alguma sílaba eu gritei, "PAI", abrindo os braços e com uma tímida lágrima a querer abandonar-me pelo canto do olho... levei com uma baguete nas trombas e disse-me para ir chamar pai ao outro. Triste e com o lado esquerdo da cara dorido, sim porque o pão devia ser de há uns dias pois estava bem duro... fui caminhando rua abaixo cabisbaixo, ao fundo nuns andaimes vi uma personagem paternal, comovi-me, aquele rego do cú, era um rego do cú paternal, comovi-me novamente, e já junto ao andaime gritei para o alto e em direcção ao rego, "PAI", fedi-me... era o meu Pai... "Oh Rui! Filho! Com trinta diabos! Tás a fazer na rua de cuecas seu infeliz?!", nesse instante vejo um balde de massa diabolicamente sedutor a fazer-me olhinhos, e digo para meu Pai, "Pai já lhe tinha dito que vou casar?"...

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Rissol

Há dias recebi uma mensagem da Morte, disse que me ia fazer uma visita daí a dois dias, às sete e meia da tarde em ponto, nem liguei, já não falávamos aos anos e é que nem os parabéns me deu há duas semanas. Mas o que é certo é que dali a dois dias me bateu á porta...

"Epá já??? Vieste mais cedo, e ainda não acabei de ver o documentário "a vida social das suricatas albinas", quando acabar prometo que vou contigo... Vem mais tarde Morte, passa cá mais logo vá lá, é que não me dá mesmo jeito agora...", "Não, eu espero que acabes de ver.", "Pronto entra lá… limpa os pés não quero que me cagues a sala". Entrou, e pôs-se especada ao lado do sofá, ligeiramente atrás, enquanto eu acabava de ver o documentário (cenário um tanto creepy...), "Epá senta-te! Deixa-te dessas merdas!", lá se sentou ao meu lado, perguntei-lhe se queria tomar algo,"E o que tens para mim?" disse ela, e eu "Sei lá, tenho cara de Ambrósio?! Vais á cozinha e vês!", não me respondeu, levantou-se e foi à cozinha, passados poucos segundos ouvi o que me pareceu um prato a cair ao chão, bufei e disse cerrando os dentes "Foda-se...", veio e sentou-se, olhei para o que tinha no prato e disse "Foda-se, para além de me partires um prato não havia mais nada pra comeres? Tinhas que me foder o último rissol de leitão?!" (rissol que eu tinha guardado tão religiosamente para comer antes de deitar), "Pensei que não tinhas ouvido o prato..." disse ela, entretanto o documentário "a vida social das suricatas albinas" tinha acabado, "Vá então vamos?" disse eu, e ela de comando na mão muito concentrada, disse sem tirar os olhos da tv "Agora espera deixa-me ver o que esta a dar", "Está bem Morte tu é que sabes", ali ficámos algum tempo. Eu nem estava muito interessado no que ela estava a ver ecomeçou-me a pingar o sono, "Tou a ficar com sono, vou dormir, quando acabar chama para irmos, ok?", ao que ela respondeu acenando com o comando "Okok vai lá...".
Passadas algumas horas acordei e fui a sala, achei estranho ela não me ter ido chamar, "Queres ver que afinal já não vou..." pensava com entusiasmo enquanto caminhava para a sala, mas não, a Morte tinha adormecido e estava já a ressonar, com um fio de baba a escorrer-lhe pelo maxilar branco despido de pele, põe-se a ver maratonas de séries é o que dá...